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Vacinas contra tumores causados pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV)

   Os Vírus do Papiloma Humano (HPV)  estão amplamente disseminados na população e quadros de infecções persistentes podem induzir diversos tipos de câncer como tumores de vulva, vagina, ânus, pênis e carcinoma de cabeça e pescoço, que apresentam relevância epidemiológica crescente. A relação entre vírus HPV e câncer mais bem estabelecida, ocorre para o câncer de colo de útero: a totalidade dos casos deste tipo de câncer é atribuída a infecções por alguns tipos de HPV. O câncer de colo de útero é a segunda causa de morte por câncer em mulheres, sendo responsável por cerca de 200.000 mortes por ano no mundo.

 

      Os tratamentos atualmente utilizados para tumores induzidos por HPV envolvem cirurgia, radioterapia e quimioterapia, correspondendo a intervenções invasivas e agressivas. A indução de efeitos adversos severos por esses tratamentos reforça a necessidade do desenvolvimento estratégias vacinais direcionadas especificamente contra proteínas virais, seja visando impedir a infecção por vírus HPV (vacinas profiláticas), ou controlar lesões induzidas por este vírus (vacinas terapêuticas).

 

   Duas vacinas profiláticas estão disponíveis no mercado constituídas de VLPs (virus like particles) de proteína L1 que compõe o capsídeo viral: Gardasil (Merck Sharp & Dohme; contém VLPs de HPV-16, 18, 6 e 11) e Cervarix (Glaxo SmithKline; contém VLPs de HPV-16 e 18). Apesar de apresentarem alta eficácia em induzir a produção de anticorpos neutralizantes e prevenir infecções pelos tipos de HPV por elas cobertos, essas vacinas não beneficiam as pessoas já infectadas e apresentam alto custo, dificultando sua ampla distribuição.

 

   Por outro lado, as vacinas terapêuticas buscam impedir ou controlar o crescimento dos tumores induzidos pelo HPV, através da indução de resposta imunológica do tipo celular, particularmente de linfócitos T CD8+ citotóxicos. Os principais alvos deste tipo de vacinas são representados pelas proteínas E6 e E7, necessárias para a indução e a manutenção do estado de malignização celular (zur Hausen, 2002). Alguns ensaios clínicos foram realizados com vacinas terapêuticas contra tumores induzidos por HPV, mas até o presente momento nenhuma estratégia vacinal está disponível para uso.

 

   Nesse contexto, no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas (LDV) do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolvemos uma estratégia vacinal terapêutica contra tumores induzidos por HPV baseada em vacinas de DNA. Em modelo animal, essas vacinas são capazes de ativar a resposta imunológica citotóxica e gerar proteção antitumoral quando os animais são implantados com células tumorais que expressam as proteínas oncogênicas de HPV. Atualmente, estamos realizando esforços no sentido de produzir a vacina em condições adequadas e realizar testes de segurança que validem a vacina para teste em pacientes.

 

Equipe:

  • Profª. Dr. Luís Carlos de Souza Ferreira

  • Dra. Mariana O. Diniz

  • Dra. Marcia Aikawa

  • M.Sc Bruna Maldonado

  • M.Sc Luana Raposo de Melo Moraes Aps

  • Natiely Silva Sales

 

 

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